vou te dar de presente a surpresa do meu rosto súbito como o beija-flor no centro de minas gerais ou o amor
e não vou nem querer explicar ou conhecer só entregar um beijo molhado de marés e imaginações de quebrar padrões de criar caso com namorados flertes & afins e vou chegar sem avisar mais subitâneo que um aneurisma cerebral
vou beijar
não me importa se você vai estar de mãos dadas de cara limpa ou chapada agudo & crente como São João da Cruz ou obtuso materialista feito um burguês ensebado vou começar por seus olhos e só terminarei quando as estrelas descerem enciumadas do carretel celestial
vou começar por seus olhos e estudar cada pelo da epiderme castanha
vou descansar ao seu lado ficar em silêncio e será confortável estar em silêncio ao seu lado no deserto da noite e quando o silêncio for mais certo que uma aranha do sonhar e tiver criado pele & patas ser espesso como meu próprio sêmen ousarei rompê-lo
para ti sob as estrelas diante do fogo dos nossos corações vou cantar as canções de poder que em jornadas xamânicas destrinchei meus melhores cantos meus gemidos para o grande espírito meus gemidos para o teu espírito teus gemidos para o nosso espírito nossos gemidos para o grande espírito
a onça pintada em carne & espírito nos sondará
haverá um risco de morte & uma bênção de ousadia silêncio alegria
o sol quererá nos ver e o dia virá testemunhar os corpos lambuzados pela eterna verdade
Um comentário:
repito:
você semeia versos em minha poesia; ausente,
fecunda com saudade cada letra
e distrai minha cabeça com fantasias encarnadas, no fim da tarde
ou quando aparecem as primeiras estrelas no deserto
te espero.
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