ainda que o tenha visitado noites sem fim
não me cansei desse mistério
não o conheço
permanece meu espanto a cara de espanto do menino alargado
não, eu não conheço esse mistério
e mesmo quando o rosto imberbe sorri com a feição antiga da ninfa do Peneu que na Grécia bebi sedento
mesmo quando vejo a mesma face outra vez
esse sorriso-convite sacríligo & sagrado de inocência perversa
esses lábios abertos esses olhos brilhantes de felino noturno
esse mesmo antigo infinitamente visto sorriso-convite que termina num "ah" longo que é de gozo mais do que de dor e é de dor e nunca conheço como se insinua do cu à boca num instante e os olhos giram e a noite é a mesma noite eterna de esforços atléticos, delicadeza, aromas mais rubros que mucosas
e os olhos
e os gemidos
os mesmos, exatamente os mesmos infinitamente visitados
e teu prêmio branco líquido & abundante
no rosto como copa aberta a boca e lustral derrame
infinitamente visitados
e eu não conheço
o semprevisto
e eu não conheço
o semprenovo olho do gozo
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