sábado

o dharma, o riso, a cloaca, a mentira

a mulher sentada sobre a bergér azul
suas grandes tetas erguidas pelo espartilho
o camafeu dos fins do XVIII
a pele alvíssima

                       compreenda disse-me
é misteriosamente cômica a vida

e uma fumaça insuspeitavelmente roxa de suas narinas

tu brincarás! eis a única regra

e rimos e rimos e rimos estridentemente
girando vertigens em nosso entorno
transformando corpos, mutando matéria

a mulher tornada íbis com o bico limpava a cloaca demonstrando grande sabedoria

eu tornado babuíno
mentia

Um comentário:

Rubens da Cunha disse...

belo poema, esse final me arrebatou.

Obrigado pela visita ao Casa de paragens