girapoiesis: dança de irredutibilidades mútuas, cinética de agenciamentos insignificantes, teogonias instantâneas, epifanias cartografáveis: poesia.
sábado
Resolvi me tornar humano recentemente. Estive pensando sobre a experiência de ser humano e me perguntei porque me tornei um de vocês. Foi difícil responder. A mente que vocês utilizam é tão equívoca e múltipla e constantemente lançando feitiços por verbo e imagem, e de tal forma envolvida com o sofrimento, que por um segundo me quedei sem resposta. Foi aí que me lembrei. A maneira como alguns de vocês se ligam ao espírito de tudo me seduziu completamente, eu quis ter o direito de ter fé, e obter o êxtase através da fé. Tanta beleza! Tanta luz e amparo. Antes, estar conectado não era uma questão de fé, nem tinha cantos, nem se criavam tantos seres entre cada um e o espírito de tudo. Era um silêncio negro e perpétuo. Eu venho de um povo silente espalhado pelas frinchas de tudo que é escuro no universo.
quarta-feira
Santo sob lua cheia
Atrás das grades a lua é cheia
Atrás das grades, do vidro, dos fios
E da atmosfera a lua é cheia
O santo indaga o abismo e as vagas
O silêncio responde gutural
O mal se estende mundo afora
Ao santo que implora por todos
A lua sob melodia sentimental
A lua é cheia sob melodia sentimental
Recheia a imaginação do santo
O silêncio indaga o abismo
As vagas respondem gutural-
Mente sofisticadamente ao mal
Que se estende santo afora
Lua, cannabis, silêncio, grilo
A lua é cheia de grilos e atmosfera
Atrás dos fios e do vidro
A lua é cheia mesmo atrás das grades
O santo quer saltar um abismo
O silêncio convida que salte
O mal implora que fale
O santo cala e a lua ainda é cheia
& vazia
Atrás das grades, do vidro, dos fios
E da atmosfera a lua é cheia
O santo indaga o abismo e as vagas
O silêncio responde gutural
O mal se estende mundo afora
Ao santo que implora por todos
A lua sob melodia sentimental
A lua é cheia sob melodia sentimental
Recheia a imaginação do santo
O silêncio indaga o abismo
As vagas respondem gutural-
Mente sofisticadamente ao mal
Que se estende santo afora
Lua, cannabis, silêncio, grilo
A lua é cheia de grilos e atmosfera
Atrás dos fios e do vidro
A lua é cheia mesmo atrás das grades
O santo quer saltar um abismo
O silêncio convida que salte
O mal implora que fale
O santo cala e a lua ainda é cheia
& vazia
segunda-feira
Um cu para Exu
Exu tomou seu corpo
gordo e cansado
reformou sua casa
e onde outrora a frieza genital
brotou-lhe ardente
a alegria de um caralho artesanal
gordo e cansado
reformou sua casa
e onde outrora a frieza genital
brotou-lhe ardente
a alegria de um caralho artesanal
sexta-feira
Samaya
Que Deus cegue esse menino
Que deuses o seguirão
se for preciso arranco meus olhos
salto o abismo contra a rocha
ou trabalho nu por trilhões
de trilhões de éons em cada uma
dos trilhões de estrelas de cada um
dos trilhões de universos concebíveis
se for preciso crio
trilhões de braços
como o Arya nobre
Avaloktsvara
se for preciso saio beijando as bocas
dos trilhões de desconhecidos
se for preciso semeio a esperança
se for preciso canto vitória
antes da hora
pra ver se se alegra
um outro (que é o mesmo)
e desperta senão o que é
aquele que deseja ser
faço o voto bodhisatva
eu tomo o daime
viro soldado da rainha
me interno no mosteiro
se preciso for
leio etnografias
mostro o cu pra um estrangeiro
canto pra exu
recito aves marias
eu subo o morro pra tentar me divertir
se isso tudo for preciso
eu adoro a krshna
reconheço em todos
o ser divino
rego com o saber transcendental
a raiz da compaixão
se for preciso eu amo
Que deuses o seguirão
se for preciso arranco meus olhos
salto o abismo contra a rocha
ou trabalho nu por trilhões
de trilhões de éons em cada uma
dos trilhões de estrelas de cada um
dos trilhões de universos concebíveis
se for preciso crio
trilhões de braços
como o Arya nobre
Avaloktsvara
se for preciso saio beijando as bocas
dos trilhões de desconhecidos
se for preciso semeio a esperança
se for preciso canto vitória
antes da hora
pra ver se se alegra
um outro (que é o mesmo)
e desperta senão o que é
aquele que deseja ser
faço o voto bodhisatva
eu tomo o daime
viro soldado da rainha
me interno no mosteiro
se preciso for
leio etnografias
mostro o cu pra um estrangeiro
canto pra exu
recito aves marias
eu subo o morro pra tentar me divertir
se isso tudo for preciso
eu adoro a krshna
reconheço em todos
o ser divino
rego com o saber transcendental
a raiz da compaixão
se for preciso eu amo
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