sábado

forianópolis, madrugada

eu lambi a cocaína de meu amigo sobre a carteira negra na obscura noite antes que eles chegassem
& estive nas mãos da polícia que nos ameaçava com filigranas legais
eu estive na boca da grande babilônia
um cigarro na algazarra do túnel mesmo de madrugada a ele que ecoou cantando o inalcançável
eu caí bêbado e acelerado no centro da perdição dela, Babilônia de amores tintos
eu me encontrei com ele, senhor dos caminhos, negro homem atravessado de potências antigas
           fora forte
           o tenho visto
           altivo altíssimo homem negro de musculatura rara
           assustador já fora
           ora o magro balbuciante permeabilíssimo corpo loquaz de linguagens proto&desumana
mais um cigarro
o incompreensível dito me exigia um outro & uma benção
laroyê!
eu pedi licença às prostitutas e aos homens cucetas tornados putas travestidas
eu a vi descendo do carro e desnudando-se arrumando o cu para a próxima investida
eu estive entre os seres
& os amei

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