domingo

o eterno retorno do cio

outra vez
meu nariz colado aos grandes lábios de minha perdição
outra vez me embriagando no cheiro ácido&doce
no cheiro seco e marítimo de memória de gozo&paixão
outra vez eu no teu ritmo
perseguindo feito cola em teus quartos
que eu sou mesmo a tua cauda, tu minha bunda
cu&cona meu palácio
outra vez o teu espanto, teu pavor
outra vez a tua fuga
outra vez eu te persigo

tua beleza é imperdoável
teu cheiro é imperdoável
teu ritmo é imperdoável

outra vez te arrebatar, te tomar de assalto
outra vez tu resisitir, me negar e me cuspir
outra vez me arranhar e eu suportar
sempre e mais eu suportar teu não, teu mau olhar
teus dentes de cadela à vista, o teu rosnar
mas teu cheiro
outra vez teu cheiro
teu cheiro mais e sempre
minha persistência em te cheirar
meu nariz bem no entre-espaço cu&cona
úmido olorífico sítio do entre as coxas
teu cheiro, meu deleite, minha certeza
mas outra vez tuas pernas se afastarão, pouco a pouco
e outra vez aceitarei a morte como a sorte de quem ama&goza

Um comentário:

deivid junio disse...

tua poesia é imperdoável;