eu fui envenenado de morte pela embriagues do vinho das delícias da prostituição dela
não há salvação quando se está doente de consciência lírica
nas ruas de Santos enquanto todos dormiam enquanto meus pais morriam eu bebi do licor da juventude das crianças perdidas
eu vi o pequeno sujo branco acariciando amorosamente o esquálido menino negro que dormia ou jazia moribundo em seu colo no banco da praça imensa
vi seus olhos quando me viram e quase riram com malícia do meu segredo adivinhado por ele pequeno bruxo miserável entre carcaças consumidas pelo crack seu rosto transluzia mais riqueza & poder que os generais sem próstatas de Washington DC seus olhos intuitivos eram mais sábios que um exército de pós-doutores eunucos palestrando através das horas e dos séculos enquanto Lilith devorava seus filhos nati-mortos
e porque vi o poder dele porque vejo ali onde ninguém vê senão miséria
estou condenado e condenado
eu sou o anjo testemunha da agonia da grande Babilônia
a cidade é uma mulher velha líbano-brasileira gorda excessivamente pintada com o cabelo enrolado em um grande birote que aponta para o alto coberta de ouro com unhas imensas
horrenda sugadora da menarca das filhas dos homens
eu sou o profeta pederasta vampiro
tomei de Erasmo seus melhores momentos e sua pele lisa seu torso impecável e angélico desprovido de pelos e pequenino estará para sempre manchado
porque minha boca beijou suas tetas adolescentes
porque o negro de seus intestinos foi inundado por copiosas torrentes brancas
porque eu o machuquei para seu prazer
eu menti para Pedro e obtive dele um amor delicado & seu namorado numa bandeja de prata
eu sou o caminhante noturno que tinge de sangue as madrugadas
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